A Importância da Mulher na Política
- Marcilio Maran
- 11 de jan.
- 4 min de leitura

Falar sobre a importância da mulher na política é como reconhecer seu papel fundamental em todas as áreas da vida. As mulheres, por suas habilidades, resiliência e compromisso, têm transformado os espaços que ocupam, trazendo diversidade e sensibilidade à tomada de decisões. Na política, suas contribuições não são apenas necessárias, mas também imprescindíveis para a construção de uma sociedade mais justa e igualitária.
Em minha experiência como coordenador e marqueteiro em inúmeras campanhas políticas, pude testemunhar o impacto positivo da participação feminina. Mulheres que se dedicam à política de corpo e alma, compreendendo e assumindo seu papel em um mundo ainda predominantemente masculino, têm o poder de transformar a dinâmica das campanhas e, por consequência, das gestões públicas.
O Papel Transformador da Mulher na Política
Em campanhas realizadas no Paraná, em São Paulo e aqui em Minas Gerais, observei como a presença feminina inspira e mobiliza. Durante minha última atuação como marqueteiro em Santana de Pirapama, aproveitei o último comício realizado na localidade de Tibuna para homenagear as mulheres que se candidataram à Câmara Municipal. Apesar de apenas uma delas ter sido eleita, seu exemplo permanece como um farol para futuras gerações.
Nos bastidores, a presença feminina é igualmente vital: seja segurando bandeiras, visitando moradores, distribuindo materiais de campanha ou garantindo a organização financeira e administrativa, as mulheres desempenham papéis cruciais e frequentemente subestimados.

Uma Breve Retrospectiva Histórica
A conquista do direito de voto pelas mulheres no Brasil ocorreu há pouco mais de 90 anos, em 3 de maio de 1933, durante a Assembleia Nacional Constituinte. Esse marco foi precedido pelo Código Eleitoral de 1932, promulgado pelo governo de Getúlio Vargas. Contudo, havia limitações: apenas mulheres casadas com autorização do marido, viúvas ou solteiras com renda própria podiam votar, o que excluía grande parte da população feminina.
A luta das mulheres pelo direito de participar ativamente da política reflete um processo mais amplo de emancipação e igualdade. Filósofos como Simone de Beauvoir destacaram que “a mulher não nasce mulher, torna-se mulher”, enfatizando que sua condição social é moldada por dinâmicas históricas e culturais que precisam ser constantemente desafiadas.

A Realidade na Região do Alto Rio das Velhas
Na região em que resido e atuo, compreendida como Alto Rio das Velhas, a luta feminina por espaço na política é evidente. Em Sete Lagoas, uma cidade com cerca de 75 km de distância da capital, o corpo legislativo é composto por 19 vereadores, mas apenas duas cadeiras são ocupadas por mulheres. Heloísa Frois, uma delas, destacou em entrevista ao blog Maran em Foco:
“As mulheres têm habilidades naturais de pensar e fazer várias coisas simultaneamente, mantendo o foco. Apesar de sermos maioria no eleitorado brasileiro, ainda somos sub-representadas, o que reflete a sobrecarga histórica de funções atribuídas às mulheres nos lares. No entanto, é comprovado que a presença feminina na política melhora indicadores como educação, saúde e eficiência na gestão pública. Precisamos de gestão com inovação, e isso é algo que a mulher pode trazer.”

Em Santana de Pirapama, com nove cadeiras na Câmara, apenas uma é ocupada por uma mulher, Marli Aparecida da Costa Almeida. Em suas palavras:
“A participação feminina na política abre novas portas e caminhos. Ainda enfrentamos desigualdades, mas podemos e devemos ocupar qualquer cargo. Somente aumentando nossa presença nos espaços de poder garantiremos voz e vez para nossas demandas.”

Outras cidades da região apresentam realidades diversas. Em Jequitibá, nenhuma mulher foi eleita, mesmo com uma candidata à prefeita, enfrentando o atual gestor. Estela Mares Torres, candidata pelo partido Republicanos em Jequitibá (MG), mostrou a força da mulher na política ao inspirar a população com sua liderança. Embora não tenha sido eleita, sua determinação e visão a posicionam como uma forte concorrente para as próximas eleições, marcando sua relevância no cenário político local.
Em Paraopeba, das 11 cadeiras, três foram ocupadas por mulheres: Tânia Macari, Aline Camilo e Sandra da Pontinha. Tânia Macari, eleita vereadora pelo PODEMOS em Paraopeba, cativa com sua energia e alegria contagiante. Com um trabalho marcado pela proximidade com a população, Tânia é um exemplo de liderança feminina em ascensão. Sua trajetória reafirma a força das mulheres paraopebenses no cenário político.
Em Papagaios, Regina da Torre foi eleita entre nove cadeiras, e teve uma mulher eleita, Reslaine, que assumiu a prefeitura após o falecimento do prefeito Mário Reis e que agora concorrendo, foi a escolhida pelo eleitor da cidade.

Reflexão Final
Apesar dos avanços, ainda há muito a ser conquistado. O fenômeno de mulheres não votarem em outras mulheres é um reflexo de barreiras culturais que persistem. Contudo, é importante ressaltar que a representação feminina na política não é apenas uma questão de justiça, mas também de eficiência e progresso social. Como bem disse o filósofo John Stuart Mill: “A condição de uma sociedade pode ser medida pela situação de suas mulheres.”
Que continuemos a lutar por um futuro onde mais mulheres tenham voz e vez na política, transformando nossas cidades e comunidades com sua competência, dedicação e visão de mundo.
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